sábado, 6 de fevereiro de 2016

Resenha: O Imperador das Lâminas - de Brian Staveley



O Imperador das Lâminas
As Crônicas do Trono de Pedra Bruta
Livro 1
Brian Staveley
Editora Novo Século



Sinopse: O Império Annuriano está em crise. O Imperador foi misteriosamente assassinado, e o trono, assim como seus herdeiros, se encontra ameaçado por uma conspiração.Kaden, herdeiro do trono, prossegue com sua vida de estudos num austero e rígido mosteiro. Ele testa os limites de seu corpo e de sua mente a cada castigo, a cada teste. O alcance do Vazio só é possível quando o abandono da dor se vai.Adare, ministra das Finanças, está num covil, silenciosa como uma estátua; tem entre seus pares um assassino, um traidor sorrateiro que sangrou o bem mais precioso de sua vida: seu pai, o Imperador.Valyn é um kettral, mercenário de um exército que habita uma ilha remota e possui um código de honra implacável. Treinado para matar sem hesitar, rápido e brutal como a lâmina que carrega em sua cintura, deve sobreviver ao mortal Julgamento de Hull.Esses três irmãos, ainda que distantes uns dos outros, precisam unir forças para resgatar o Império e livrá-lo daqueles que o traíram.Num lugar em que o tempo nem pensava em existir, há segredos mitológicos ocultos, que podem mudar o destino de todos. Asas e espadas te levarão ao campo de batalha!

Resenha


O prólogo desse livro já começa de maneira bem enigmática. Testemunhamos uma raça de seres imortais e sem sentimentos assassinarem seus próprios filhos por não serem perfeitos. E a imperfeição de seus filhos são sua mortalidade e, é claro, os sentimentos que possuem. Esses seres falhos somos nós, os humanos. Após esse ótimo começo, já avançamos para o futuro, milhares de anos no futuro. E nesse futuro, ou melhor dizendo, presente, as coisas já começam agitadas, pois o imperador acaba de ser assassinado em um ato de traição. E a sua morte acontece em um momento delicado, pois seus dois filhos estão longe da capital, incluindo o herdeiro do trono, e sua filha não pode assumir o trono enquanto o herdeiro não retorna.

Kaden, embora seja o filho mais novo, é o herdeiro do Trono de Pedra Bruta. Para a sorte dele, ou azar, seus irmãos mais velhos não estavam aptos à serem os herdeiros. A irmã por ser uma mulher e o irmão por não possuir a cor dos olhos corretas. Isso mesmo, a cor dos olhos. O fato é que a tradição diz que o trono só pode ser ocupado por homens e com os olhos característicos da linhagem que eles dizem ser presente de uma deusa. Os olhos de Kaden são da cor de chamas. Por sinal, a família de Kaden só está no poder porque há muitos anos atrás um antecedente dele foi agraciado pela deusa da Luz, Intarra, com esses olhos após passar por um teste envolvendo fogo.  
Enfim, por ser o herdeiro, Kaden foi enviado quando tinha uns 8 anos para ser treinados pelos monges Shin em Ashk'lan, que fica quase que literalmente no fim do mundo. Os monges dessa ordem são extremamente rigorosos, pois eles são fiéis do Deus do Vazio, o deus mais antigo que existe, e estão constantemente se submetendo a rigorosos exercícios e jejuns em busca do vaniate, o vazio. Um monge pode levar uma vida inteira até conseguir esse feito, pois não é nada fácil atingir o vazio, pois para isso é preciso não sentir qualquer coisa. 
O medo é cegueira. (…) A calma, a visão.
Depois de tantos anos sendo treinado e espancando pelos monges, Kaden já está mais do que acostumado as tarefas brutais e a dor, e assim ele vai vivendo a sua rotina enquanto aguarda ser chamado de voltar para Annur, para um dia assumir o trono. Porém a rotina de Kaden é destruída quando uma cabra aparece brutalmente assassinada, até mesmo o cérebro da cabra foi consumido. Não se sabe o que poderia ter feito isso, pois naquele região nenhum predador seria tão violento. Então os monges e Kaden ficam completamente perdido sobre o que poderia estar acontecendo. E tudo piora porque essa cabra foi apenas a primeira.


E para Kaden mais uma coisa muito importante acontece no dia da morte da primeira cabra. Ele é transferido para outro umial, um monge que atua como mestre dos acólitos. Isso por si só não seria uma grande surpresa, já que a troca é comum. O que surpreende de verdade é a escolha para seu novo umial, pois ele foi transferido para Tan, um monge que nunca teve um acólito antes e que sempre se mantém na dele. Por sinal, ele nem se parece tanto com um monge.

E agora ele está tendo de lidar com um umial que parece até que está tentando matá-lo, de tão violento que ele é, enquanto ensina para ele o vaniate. E ainda tem o animal / criatura misteriosa que está violentamente assassinando as cabras. E além disso tudo, ele começa a suspeitar que o seu umial  e monge responsável pelo mosteiro estão escondendo alguma coisa dele. E olha que ele nem imagina que o pai foi assassinado e que agora é o novo imperador, afinal o mosteiro fica no fim do mundo e ainda levará meses até que alguém consiga chegar até ele. Sem dúvidas, ele pode dizer adeus para a rotina.
Quando você não sabe nada sobre uma criatura (…) , considere que ela veio para matá-lo.
Já o seu irmão mais velho, Valyn, também não está imune à todos os problemas que estão prestes a explodir em cima dele. Inapto para assumir o trono, por possuir olhos escuros, Valyn foi enviado para treinar com os kettral, os assassinos mais letais do império. Mas eles não são simples assassinos, eles são como soldados de elite, altamente treinados. Valyn em breve irá passar pelo Julgamente de Hull, a prova mortal que determinará se ele se tornará um verdadeiro kettral, e falhar nesse julgamento significa a morte. Então ele já tinha um problema e tanto para se preocupar, mas aparente a situação iria ficar ainda pior. Durante um treinamento de investigação em um navio aparentemente atacado por piratas, Valyn acaba descobrindo algo muito sério. Um dos ocupantes do navio atacado consegue sobreviver por tempo o suficiente para lhe dar um aviso. Ele diz para Valyn que na verdade o navio havia sido enviado pelo imperador para buscá-lo, pois o imperador havia descoberto uma conspiração contra a família imperial e o mesmo temia pela vida dos filhos. E além dessa já terrível revelação, o homem também avisa à Valyn que os kettral poderiam estar envolvidos.

Enquanto Valyn ainda está tentando absorver essas revelações e pensando em quem ele poderia confiar, chega a notícia do assassinato do imperador. Então para Valyn não resta dúvidas que o homem havia dito a verdade e que a sua vida corre perigo. E ele percebe rapidamente que outra vida corre muito mais perigo, a do seu irmão Kaden, agora imperador. Tudo que Valyn quer fazer é montar em um dos pássaros que os kettral usam como transporte e ir até Kaden o mais rápido possível. Porém isso não será possível até ele passar pelo Julgamento. Porém agora, o Julgamento que antes parecia tão perto, parece estar longe demais. E fica cada vez mais claro que alguém realmente quer ele morto, pois estranhos incidentes começam a ocorrer, pondo sua vida em risco. Mas ele precisa não só descobrir quem está tentando matá-lo, como superar essa pessoa, pois a sua vida e a do seu irmão dependem dele.
Seus ideais morrem, ou você morre.
Enquanto isso em Annur, Adare, filha mais velha do imperador, está tendo de bater de frente os problemas causados pela morte do pai. Com a morte do imperador, Adare se torna ministra das Finanças, ocupando um cargo que sempre foi tradicionalmente ocupados por homens. Como se não bastasse o preconceito que enfrenta, Adare terá de enfrentar o assassino do pai, o sacerdote do templo de Intarra, justamente a deusa adorada pela família imperial. E para ela não está sendo nada fácil sequer olhar para cara do indivíduo. Ela possui um temperamento explosivo, mas se quiser conseguir justiça pelo seu pai e ao mesmo tempo de consolidar no novo cargo e garantir a permanência da sua família no porder, ela precisará domar seu gênio, e mostrar para todos o quão forte ela realmente é.

A essa altura você deve estar se perguntando: tá, mas e os caras imortais do prólogo? Então, eles são importantes para a estória, mas não vou entrar em detalhes para não estragar a graça de vocês, então leiam o livro!
(…) nem todos os sonhos eram agradáveis (…), às vezes, não importava o quanto alguém se virasse ou debatesse, era impossível despertar.
A narrativa desse livro é maravilhosa, como fã de fantasia posso te garantir que o livro é extremamente viciante. O livro tem tudo o que você poderia querer: intrigas políticas, uma ameaça antiga, muitas lutas, assassinos altamente treinados, criaturas assustadoras, uma história antiga rica em detalhes, sabedoria, violência, etc. E tudo isso flui de forma mágica, você vai virando página após página, desesperado para saber o que acontece. E quando chega próximo do fim do livro, aquele sentimento de "preciso saber o que vai acontecer, mas não quero que o livro acabe" nos arrebata completamente.
A estória segue o ponto de vista de Kaden, Valyn e Adare. A maioria dos capítulos são do Kaden e do Valyn, onde a ação está acontecendo nesse livro. Já os capítulos da Adare, embora poucos, são muito importantes, principalmente, imagino, para o que está por vir nos próximos livros.

Quando vi esse livro disponibilizado pela Novo Século para os parceiros, não pensei duas vezes antes de pedir, mas mesmo gostando da sinopse do livro eu não imaginava que iria amar tanto essa estória. Estou complemente empolgada com essa nova série e não vejo a hora de ler os próximos livros. Pois como já devem imaginar, o final me deixou desesperada. A edição do livro está perfeita e a capa é maravilhosa, nela existe uma representação dos 3 irmãos que ficou linda demais. Obviamente, dei 5 estrelas para o livro, o favoritei e já virei fã da série e do autor.

O ano mal começou, mas sem sombra de dúvidas esse livro será um dos melhores livros do ano para mim. Leitura obrigatória, principalmente se você for fã de fantasias!

Classificação


Sobre o autor

Depois de ensinar literatura, filosofia, história e religião por mais de uma década, BRIAN STAVELEY começou a escrever fantasia épica. Seu primeiro livro, O Imperador das lâminas, é o início de sua série As Crônicas do Trono de Pedra Bruta.
Ele vive em uma estrada íngreme de terra nas montanhas do sul de Vermont, onde divide seu tempo entre a paternidade, a escrita, o casamento, cortar lenha, esquiar e descobrir novas aventuras, não necessariamente nessa ordem. Brian pode ser encontrado no Twitter, Facebook e Google+.




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